Quem somos nós, afinal?!
Revestidos de genética, pintados pelos olhos, descritos pela língua?!
Quem somos diante de nós, diante dos outros, diante de todos?!
Somos os filhos, os pais, os amigos, os vizinhos, os desconhecidos?!
Quem nos vemos, quem nos vêem?!
Quem queremos, quem seremos, quem esquecemos?!
Idéias, palavras, atitudes, são nossas, ou pegamos emprestado?!
Vontades, anseios, são nossos, ou nos foram forçados?!
Sonhos, fantasias, medos, são realmente nossos, ou nos foram criados?!
Quem somos nós, que aprendemos e esquecemos?
Que faz, que tenta, que erra!
Que sorri, que chora, que perde!
Que bate, que apanha, que permite e nega o tempo todo?
Quem somos nós, genéricos assim, ou individuais, enfim?
Quem ser, quem querer ser, quem pensar ser nós??!
Indagações sem fim... não sei se sou eu, o que me sai, ou oque você vê de mim...
Não sei se sou apenas um protótipo em teste, uma expressão do que querem...
Um bom emprego, um bom salário, uma boa casa, um bom carro...
Afinal, é legado, é cobrado, é forçado... pois assim, as pessoas se sentem vistas, e reconhecidas como tal; pelo que possuem, pelo que demonstram, pelo que é visível!
E vamos seguindo, como boas carnerinhas, produzindo e reproduzindo "genericidade",
sendo um em milhões, perdidos esquecidos, sendo mais um, guiado pelo mídia, pelas normas, pela alienação!
Mas afinal, quem sou eu, o que penso, ou o que pensam de mim?!
O que eu vejo, ou que eles veem de mim?!
É tão confusa e contraditória, essa dúvida que não tem fim...